Estrelas na Mochila - "Close your eyes and drift in dream, rest in peaceful sleep."
quinta-feira, 17 de agosto de 2023
Rascunhos esquecidos | 2011
Reflexões ao vento
Por que? Por que parei de me mover? Por que, de repente, fiquei estática? Será mesmo que eu estou exatamente onde eu deveria estar, ou será que estou me demorando demasiada onde estou? Onde estão os comichões, por que eu os abafei e como consegui tal feito? Qual lição tinha a ser aprendida em tão longa parada? Em que momento limitei meus sonhos a uma fronteira de pouquíssimos quilômetros quadrados?
A cabeça gira noite a dentro, o sono não vem, as perguntas ecoando, e nada de respostas....
Em que momento me tornei uma pessoa que diz e não faz? Afinal, já dizia o sábio "errado é aquele que fala correto e não vive o que diz", e eu aqui só dizendo, sentenças vazias, palavras que não fazem o menor sentido. Quando foi que eu decidi me diminuir, invés de voar?
Um voz fraca vem lá do escuro profundo:
- Use suas asas! Você tem alma de pipa avoada e sorriso a flor da pele. Tá esperando o que? A menina que ama como se nunca fosse chorar ainda dorme aí! Acorde-a! Acorde!
E continuou:
- Ventania e liberdade, você é pura intensidade. E você sabe que vieram te lembrar disso, e sabe quando foi, né?! Vai, ice suas velas! Afinal, nunca soubemos se o vento que te leva ou é você que leva o vento!
Então soprei, suspirei e adormeci em rotas inexploradas em busca da destemida garota dona dos pêssegos.
A Lei do viajante
A lei do viajante é acreditar na vida, em nós mesmos, e ajudar as pessoas que estão ao nosso redor.
É entendermos que todos nós somos um e que, mesmo com pouco, podemos fazer muito.
domingo, 8 de janeiro de 2023
Dia 1
Hoje é um daqueles dias, que a gente pensa que é o último e que amanhã vai estar tudo normal, como sempre foi. Mas o que é normal pra você? Muita gente tá vivendo o comum achando que é normal. Normal é ser feliz, é acordar com um sorriso no rosto, leve, aguardando o momento em que o aroma delicioso e quente do café atinge todo o meu ser.
Normal é mudar, mas não é fácil. Quem diria que eu chegaria aqui caçando a intensidade que deixei guardada no bolso daquela jaqueta jeans rasgada, e que é dela que eu preciso pra me mover dessa jangada que está a deriva.
Sentada em meio a esse mar frio, cinzento e sem ondas, fico pensando onde é que minha bussola perdeu o norte.
A eminência da partida me deixa ansiosa. Porque com certeza não decidi em que direção nadar.
O mar tá calmo mas aqui dentro tem um furacão acontecendo, parece que mergulhei tão fundo que meu cilindro esvaziou e não consigo subir até a superfície para recuperar o fôlego. Quando estou quase desistindo, ouço Virgílio me dizendo para respirar, porque eu estou na superfície, sinto um alívio momentâneo enquanto entendo sua presença naquele momento, me acalmo, mas ainda sem saber que rota traçar, peço ajuda. Virgílio me apoia, mas sempre frisa que o caminho é só meu, e somente eu poderei encontrar a rota. Ele se vai, eu continuo ali, imóvel, olhando para escuridão do mar abaixo de mim, pensando qual seria o propósito disso tudo.
Uma frase me vem em solavanco "admirar o belo". Não sei o que fazer com ela, mas guardarei por aqui, a minha vista por um tempo, até descobrir.
(Bárbara Mardakis)