E quando olhei em volta... o que sobrou?
Foram pedaços de sonhos arremessados pela janela, pairando no ar sem direção, sem destino...
Pedaços de alegrias, ainda não vividas.
Pedaços de sorrisos, que estavam por vir, mas se perderam no escuro.
Pedaços de olhares, que se desviaram.
A busca na lembrança, um cheiro, um gesto, palavras...
E a realidade me foge por entre os dedos.
Os pés saem do chão, para mais um vez, num breve futuro, encontrar-lhe novamente em forma de estampido grave e ensurdecedor...
Onde é que estão? Onde? Aonde guardaram os pedaços que faltam?
Levaram-nos!
Fria e covardemente, com medo de viver? MEDO DE VIVER?
Desperdiças, Foges, Voas p'ro mais longe que podes...
Escondendo pedaços de sonhos, acha que um dia terá paz? NUNCA.
Por menores que sejam, revivarão seu estômago sutilmente, habitarão seus pensamentos todas as noites, remexerão sua alma como borboletas, pura e simplesmente por fazerem parte de um todo...
De que adianta viver de METADES?
Desejam o vento, para que os carreguem em direção ao que os faz falta.
Desejam o calor, para que possam relembrar levianamente o que foi o amor.
Desejam a liberdade, pois só ela é capaz de senti-los.
Pedaços de sonhos, não passam de um quase, que por medo ou falta de coragem, transformaram num SE o que com certeza SERIA!
Bárbara Mardakis
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